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domingo, 18 de abril de 2010

Quadro Negro








Mais uma imagem que vale mais que mil palavras e que inspira mais algumas milhares. Essa imagem foi captada (e sentida também...) numa "sala de aula" de um programa de alfabetização de jovens e adultos. Não importa onde e nem quanto, pois indignações são atemporais. Em um primeiro momento, foi indignação o que senti ao comparar as salas de aula que frequentei a essa que eu via. Depois de participar das atividades reflexivas daquela aula eu senti inveja daquele "quadro negro", improvisado na cerca, ou seria um projetor de slides? Ou seria a realidade? Eles estavam aprendendo a ler, a escrever e me ensinaram a ver e a perceber que o que estava ali era motivo de indignação, pois eles têm direito a um ambiente melhor, mas, acima de tudo, era motivo de respeito e questionamento! Eu aprenderia nessa sala de aula? O que eu realmente aprenderia nela? Algumas vezes, confortáveis prédios e salas de aula bem equipadas nos impedem de aprender lições valiosas como a valorização e o olhar mais atento sobre a realidade. Ninguém deveria ser submetido ao desconforto físico no ato de aprender, mas todos deveríamos vivenciar o desconforto intelectual face a toda e qualquer realidade. "É na sala de aula que também se forma um cidadão..."

3 comentários:

  1. Embora não tenhamos visto a imagem (a velocidade da net aqui é de 1000kbps, mas, pelo fato de estarmos acessando-a em um horário no qual todo o Conjunto Ceará, Granja Portugal e adjacências estão conectados, neste momento só nos está sendo concedida uma velocidade super de apenas cinco kbps,eh foda xD), as reflexões que você fez acerca do ambiente físico da "sala de aula" ao qual essas pessoas estavam sendo submetidas e do quanto isso pode influenciar no processo de aprendizagem desses alunos nos fez lembrar de um ponto muito debatido por Paulo Freire a respeito do processo de aprendizagem. Segundo ele, só aprendemos se aquilo que nos é ensinado faz parte do nosso projeto de vida. Tipo, imaginemos um rico assistindo a uma aula em uma sala amplamente estruturada com cadeiras alcochoadas, ar-condicionado e quadro eletrônico; e um pobre assistindo a uma aula em uma "sala" minimamente estruturada, como essa que você citou no seu texto. Para Paulo Freire, tanto o rico qto o pobre só passarão por um processo verdadeiro de aprendizado se aquilo que lhes está sendo ensinado tiver uma aplicação prática para as suas vidas e para as suas comunidades, ou seja, a curiosidade,o interesse e a necessidade antecedem o conhecimento. Dessa forma, cabe ao professor ultrapassar os limites do ambiente físico da sala de aula, procurando escutar seus alunos e indagá-los a respeito da realidade na qual eles acreditam viver para que assim eles mesmos possam despertar uma consciência crítica a respeito da importância de se aprender aquilo que está sendo ensinado a eles e de como esse aprendizado contribuirá para modificar a realidade em que eles vivem e para alcançar os seus projetos de vida.Assim, estando devidamente estimulados e conscientes a respeito da importância daquilo que lhes está sendo ensinado, o processo de aprendizado se dará de forma efetiva, independente das condições físicas dessa sala de aula.

    \o/ \o/*

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  2. Eis aqui o exemplo de um professor que não merece o título de educador nem a sala de aula a qual lhe foi destinada...

    Estávamos na nossa quinta série,em uma sexta-feira,dia em que a aula derradeira era a de História.

    Às 17 h,o sinal que anunciava a última aula do dia soou.Nós e nossa turma ainda esperamos 15 minutos até que o professor de História,finalmente,entrasse na sala.Sem se desculpar pelo atraso e sem dizer,ao menos,boa tarde,ele começou a escrever a matéria no quadro. Ao ouvir uma discreta conversa no fundo da sala,o professor gritou furiosamente:

    ----Olhe aqui,pessoal,hoje não estou para brincadeiras,viu!Prestem atenção no que eu tô dizendo!Se alguém falar novamente,eu juro que esqueço que sou professor e meto a chinelada na boca daquele que conversar!


    Com a inesperada ameaça,todos se calaram.Jamais tínhamos visto aquele homem com tanta raiva.Ao terminar de copiar a matéria,ele iniciou a explicação do assunto.A aula prosseguia bem,até que ele avistou um de nossos colegas,chamado Flauber,dormindo sobre a mesa da carteira.Ao vê-lo,o professor, discretamente, aproximou-se do garoto,ficou lado a lado com a carteira dele e continuou a explicação em um tom mais alto(provavelmente para ver se Flauber acordava).Ao reparar que o aluno continuava em um estado de sono profundo,o professor ergueu uma de suas mãos e lançou-a violentamente sobre o braço da carteira do garoto(a pancada fora tão forte que acabou por desprender parte do braço da carteira dos pregos que a seguravam) e,em seguida,uivou furiosamente:

    ----Acooooorda,cachorro podre!

    O aluno acordou em estado de pavor e disse ao professor:

    ----O senhor tá doido?!O senhor tá ficando doido,é?!

    O professor continuou reagindo com uma seqüência de gritos:

    ---- Levanta pra assistir minha aula,cachorro podre!Eu já disse que não quero ninguém dormindo na minha aula,seu cachorro podre!Deixa de me desrespeitar,seu cachorro podre! Cachorro podre!Cachorro podre!

    Ao ouvir as depreciativas palavras do professor,um outro colega nosso,Hilton, soltou uma imensa gargalhada,enfurecendo profundamente o professor,que reagiu agressivamente:

    ---E você,seu baixinho,você cale essa sua boca imunda,viu!Deixe de soltar risadinhas que eu já disse que não tô pra brincadeira hoje!

    (continua a seguir)

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  3. (continuando)

    Ditas essas palavras,o professor voltou a dar aula.Entretanto,Hilton não engoliu em seco as palavras do professor,ele simplesmente odiava quando era chamado de baixinho.Como forma de se vingar,ele pediu ao Kairo que o empurrasse lentamente da carteira para que ele pudesse cair no chão com cadeira e tudo.Arquitetado o plano,ecoou pela sala o barulho de uma cadeira caindo ao chão.Quando olhou para trás,o professor pôde distinguir não só a carteira derrubada,mas também o Hilton deitado ao lado da carteira e com os olhos fechados.Assombrado,o professor correu em direção ao garoto caído,gritando:

    ---Alguém acode essa criança,rapaz!!! Gente,o que foi que houve com ele?!Ele tá desmaiado,é?!

    ---Sei não,professor, foi ele que caiu sozinho da cadeira aí!-Disse o Kairo com um olhar cínico.
    ---Hilton!Hilton!Acorda,rapaz!Ei,cara!-Dizia o professor,mexendo o corpo do Hilton pra lá e pra cá,até que,não agüentando mais fingir,o Hilton abriu os olhos e começou a rir incontrolavelmente.Furioso,o professor apenas disse:

    ---Seu safado,agora você vai aprender a me respeitar!

    Ditas essas palavras,o professor retirou um de seus chinelos e arremessou-o em direção a Hilton,acertando-lhe a boca.Os alunos ficaram praticamente sem ação,tamanho o abalo que sofreram após presenciarem esse ataque à queima-roupa.Em seguida,o professor gritou para todos da sala:
    ---Essa turminha já deixou de me merecer há muito tempo!—e saiu da sala logo depois.

    A atitude do professor rendeu-lhe a demissão da escola;quanto a Hilton,inacreditavelmente,ele não sofreu grandes danos,não ficou sequer com um pequeno hematoma, ele mesmo disse depois que o prof não tacou a chinelada com tanta força;já o Flauber relatou que,por diversas vezes,chegou a ter pesadelos em que o professor lhe acordava chamando-o insistentemente de cachorro podre.

    P.S.: Ah...só mais uma coisa...19 de abril...VIVA O ÍNDIO,GALERA!!!!!

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